São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Barrashopping tem dia irregular

ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O segundo dia Semana Barrashopping de Estilo, anteontem no Rio, trouxe algumas supresas e algumas decepções. O evento acontece até terça-feira no MAM, mostrando as coleções de inverno de 33 confecções.
A primeira surpresa foi a Company, que encerrou a noite. Fez um cenário de um ateliê de tatuagem, com seu proprietário Luiz de Freitas sendo "tatuado", diante de uma passarela vermelha, cercada de lâmpadas penduradas.
Fez um terço de desfile brilhante, simples, com meninos de look oriental e piercing falso na boca. Uma evolução da imagem clássica de surfista que é o clássico da marca.
As meninas vinham tatuadas, com roupas fashion, modernas, mas ainda assim adequadas. A decepção veio depois, quando pesaram os estilos Missoni e Miu Miu, num desfile que se estendeu demais, quebrando o impacto e a verdade de seu início. Pena, mas alguns looks masculinos são imbatíveis, num casting perfeito em que se destacaram Bernardo, filho de Betty Lago, Rodrigo e Daniel Porto. Ainda, o melhor look de cabelo e maquiagem até agora no Rio.
Hits certo: os grandes casacos de náilon, para os homens; as t-shirts tipo roupa de neoprene long-john; as bermudas largas e as peças em tricô de influência do streetwear, tipo Sommer.
No item decepção inclui-se a Rosa Chá, que alçou vôos fora de seu bem-sucedido território da moda praia em direção a roupas para longe da água. Faltou mão firme na criação e na apresentação em si, na passarela. Quem quer mostrar roupa tem que ter o que mostrar.
Salvaram-se as transparências como o look mostrado por Alessandra Berriel, na saia e top marrom sobre maiô, e o que veio em seguida, com o mesmo efeito com vestido-camisola de alcinha.
A maquiagem pesada e o cabelo desgranhado também não ajudou, transformando as meninas em verdadeiros sustos.
No item surpresa, a Maria Bonita Extra fez um bom desfile na primeira metade, prejudicado depois pela edição das roupas. Desfile não precisa mostrar tudo. Na primeira e mais dramática entrada, imagens da nova androginia, com looks masculinos em versões femininas, marcando pontos nas calças retas e nos paletós.
Lu Curtis e Fabio Ghirardelli determinaram a posição, com roupas iguais, tipo smoking desmontado. Tudo preto com branco e marrom, com a rigidez quebrada por tênis Adidas.
Boas as blusas cor da pele e os vestidos assimétricos, de um ombro só, com sobreposição. Desnecessários, entretanto, os cabelos tão molhados e duros, as referências Miu Miu/G, as transparências do final, em filó marrom.

A jornalista ERIKA PALOMINO viaja a convie da organização do evento.

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