São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997 |
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CARLA CAMURATI "Eu não sinto a menor vontade de filmar o cotidiano. Não me interesso pelo dia-a-dia. Eu não gosto do drama, não suporto essa mentira que o homem tenta criar, que é hipervalorizar qualquer coisa dos seus sentimentos: tudo é muito verdadeiro, a gente sofre... Não tenho paciência para isso. Eu acabo me fascinando pelos cineastas e pelas pessoas que têm um outro universo, para quem a realidade é sempre uma forma e nunca é a realidade. Gosto do incomum, não gosto da identificação. Eu gosto do Federico Fellini, eu gosto de diretores que não pegam o dia-a-dia... Eu cresci vendo 'A Família Trapo' na televisão, vendo 'Jeannie É um Gênio'. Eu sou uma mistura. A minha infância é o princípio da televisão, tudo era muito mais fantasioso na TV dos anos 60. Eu adoro história. A história não é a realidade, é a ficção do homem. Ela é o que a gente acha que a gente foi. Se daqui a cem anos escolherem a data de hoje para reproduzir, pode sair um absurdo, dependendo do que se resolver reproduzir. O gostoso da história para mim é que ela está no limite da ficção -ela não aconteceu assim." Texto Anterior: TATA AMARAL Próximo Texto: SANDRA WERNEK Índice |
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