São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
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Testemunha teme ser morta

DA SUCURSAL DO RIO

O pavor marcou o depoimento de Jussara dos Prazeres, testemunha de acusação no processo de Vigário Geral, na tarde de sábado.
Ela pediu ao juiz José Geraldo Antônio proteção para si e para sua família e disse que teme ser assassinada.
"Eu estou apavorada. Tem certeza de que eles não vão me atacar, doutor? Eu vou morrer", afirmou Jussara, que encerrou o depoimento chorando.
Jussara disse que estava no segundo andar de sua casa quando viu seu irmão, Edmílson dos Prazeres, ser levado por dois dos homens encapuzados que entraram na favela e ser baleado.
Ela disse que socorreu o irmão ajudada por uma vizinha: "Ouvimos o coração dele batendo. Aí o policial viu que ele estava vivo, voltou e deu um tiro de misericórdia na testa dele".
Vera Lúcia dos Santos, que perdeu os pais, cinco irmãos e uma cunhada na chacina, também chorou muito durante seu depoimento, na tarde de sábado.
Ela disse que um de seus sobrinhos viu quando o policial Leandro da Silva Costa, o "Bebezão", foragido, atirou nos parentes.
Jadir Inácio e Ubirajara dos Santos, sobreviventes da chacina, não reconheceram Paulo Roberto Alvarenga entre os homens que entraram na favela.
Inácio e Santos bebiam em um bar na favela quando houve a invasão dos policiais.
Segundo eles, Jadir Inácio levou cinco tiros. Sobreviveu porque ficou debaixo de um cadáver e se fez de morto. Ubirajara dos Santos levou um tiro na coxa.
O coronel disse que já havia investigado a participação de Alvarenga na tortura de um adolescente, mas que o réu não chegara a ser indiciado nesse processo.
Brum confirmou ter chegado ao nome de Alvarenga graças às informações de Ivan Custódio.

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