São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
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Crime foi vingança de policiais

DA REPORTAGEM LOCAL

Os 50 homens armados e encapuzados que participaram da chacina de Vigário Geral mataram 21 moradores e feriram outros quatro na favela após invadi-la às 23h30 de 29 de agosto de 1993.
O crime foi uma vingança. Na véspera, quatro PMs do 9º Batalhão foram mortos numa praça perto da favela. Eles estavam trabalhando quando foram rendidos por supostos traficantes. Três foram mortos na rua e um, no carro.
Segundo a promotoria, colegas dos policiais mortos desconfiaram que o crime havia sido cometido por homens da quadrilha liderada por Flávio Pires da Silva, o "Flávio Negão", que era apontado como o líder do tráfico na favela.
A ação em Vigário Geral teria sido planejada no enterro do sargento Aílton Benedito da Silva. Silva seria integrante de uma quadrilha de PMs conhecida como "Cavalos Corredores", acusada de assassinatos, espancamentos, extorsões e roubos em favelas do Rio.
Após invadirem a favela, os encapuzados, outros membros do "Cavalos Corredores" ficaram até as 2h de 30 de agosto em Vigário Geral. Os PMs invadiram bares e casas e, em uma delas, mataram oito pessoas da mesma família.
Num bar mataram sete pessoas. As outras foram mortas nas ruas da favela. As 21 vítimas não tinham antecedentes criminais.
Uma semana depois, os primeiros 16 acusados foram presos , todos denunciados pelo ex-informante policial Ivan Custódio. Hoje, há 51 denunciados pela Justiça.

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