São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
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Informante reafirma participação de ex-PM

LEILA MAGALHÃES
FREE LANCE PARA A FOLHA

Na madrugada de sábado, trinta horas após iniciado o julgamento, a testemunha mais esperada do processo prestou depoimento.
O ex-informante da polícia Ivan Custódio Lima reafirmou a participação do ex-PM Paulo Alvarenga na matança de 21 trabalhadores na madrugada do dia 30 de agosto de 1993.
A vida passada do informante tornou-se o principal instrumento tanto da defesa quanto da acusação. Ivan, ex-pára-quedista, já respondeu a 68 processos por extorsão e tráfico de drogas.
Ao interrogar a testemunha, a defesa do réu Paulo Alvarenga o apresentou aos jurados como um homem que admitia ter participado de extorsões a traficantes junto com os PMs aos quais acusava.
"A testemunha não tem credibilidade e apresenta uma série de contradições. Como confiar em um homem que responde a 68 processos?", perguntou o advogado da defesa, André Ribeiro.
Para a promotoria, o fato da testemunha ter 68 condenações poderia ajudar na condenação. No entender do promotor José Muñoz Piñeiro a própria admissão do réu de que conhecia Ivan Custódio seria suficiente para dar credibilidade ao depoimento.
"Ivan Custódio participou de toda a vida marginal da polícia militar. É a vida criminosa dele, que ele jamais negou, que dá credibilidade ao testemunho. Somente uma pessoa que participou de toda essa marginalidade poderia esclarecer os fatos", disse Piñeiro.
Ivan Custódio de Lima entrou no 2º Tribunal do Júri às 23h15 de sexta-feira. Seu depoimento durou uma hora e 20 minutos.
Ao juiz, admitiu não ter presenciado a chacina, tendo tomado conhecimento dos fatos através de seu ex-sócio em barcos de pesca e um dos acusados presos, o ex-PM José Fernandes Neto. Em conversa com ele, soube da participação de Alvarenga e dos 33 acusados no processo.

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