São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça suspende leilão da Vale; governo recorre hoje

DA REDAÇÃO

Decisões da Justiça em seis Estados suspenderam a venda da Companhia Vale do Rio Doce, a maior privatização do país desde o início do programa, em 1991. O leilão estava inicialmente previsto para as 10h de hoje, na Bolsa do Rio de Janeiro. No início da noite de ontem, porém, o governo anunciou a intenção de vender a estatal até as 17h. Para isso, conta com mais de 600 advogados para tentar derrubar as seis liminares que até as 23h de ontem ainda ameaçavam o leilão.
Na principal decisão, o Tribunal Regional Federal em São Paulo negou recurso para suspender liminar concedida na sexta em ação popular proposta por um grupo de advogados. Os adversários do leilão conseguiram outras 10 liminares -4 no Maranhão, 3 no Rio, 1 no Ceará, 1 em Sergipe e 1 em Minas Gerais. Cinco, porém, foram derrubadas ontem, restando seis contra o leilão -as de São Paulo e Rio e duas do Maranhão.
A Polícia Militar entrou ontem em choque com opositores da privatização, em frente ao prédio da Bolsa do Rio. Cerca de 20 manifestantes e 4 policiais tiveram ferimentos leves. Hoje, os adversários do leilão esperam reunir 20 mil pessoas.
A venda da Vale, segundo relatório do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), vinculado ao Ministério da Justiça, ameaça o funcionamento do mercado. "A concentração de poder econômico certamente ocorrerá com a privatização", diz o Cade, órgão de defesa da livre concorrência.
Em cerimônia militar no Palácio do Planalto, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que pouco podia fazer para impedir as liminares: "Só me resta ver os resultados".

LEIA MAIS sobre a privatização da Vale da pág. 1-5 à 1-10

Texto Anterior: 'O Judiciário reage', diz autor da ação
Próximo Texto: Impressões digitais e outras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.