São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Reino Unido viola carga horária

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

No Reino Unido foi o berço das denúncias contra o trabalho infantil, há cerca de 200 anos, mas não conseguiu eliminá-lo até hoje.
Cerca de 600 mil crianças trabalham ilegalmente, segundo o Ministério do Trabalho.
A violação mais comum é o trabalho além da carga horária permitida. A lei proíbe que crianças com menos de 13 anos trabalhem.
A partir dessa idade, elas podem trabalhar até duas horas em dias letivos e aos domingos.
Pesquisa da Unicef no final de 1996 mostra que cresce o número crianças de classe média que trabalham, sobretudo no comércio.
A situação está longe da registrada no auge da Revolução Industrial, mas é considerada preocupante. No período entre o final dos séculos 18 e 19, crianças a partir de seis anos ingressavam em fábricas como aprendizes, trabalhando até 16 horas por dia.
A partir do início do século 19, a legislação trabalhista do Reino Unido foi sendo modificada para disciplinar o trabalho infantil.
O trabalho do escritor inglês Charles Dickens (1812-1870), ele próprio obrigado a trabalhar na infância, ajudou a sensibilizar a opinião pública.
Em 1802, o limite diário de trabalho para crianças passou a ser de 12 horas. Outra lei, de 1833, proibiu a contratação de menores de 9 anos.
A primeira medida efetiva, porém, foi a obrigatoriedade de que crianças até 13 anos frequentassem a escola, instituída em 1870.

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