São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Polícia Civil deve ter mais mudanças

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Braga Braun, disse ontem, após a cerimônia de posse no cargo, que se reuniria no mesmo dia com o conselho da polícia para estudar alterações nos segundo e terceiro escalões da corporação.
O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, anunciou anteontem oito mudanças na cúpula da Polícia Civil.
As mudanças fazem parte de um plano do secretário para tentar controlar a Polícia Civil, que poderá ser fortalecida por uma emenda constitucional proposta pelo governador Mário Covas.
Braga Braun disse que a prioridade de sua administração será "melhorar a imagem da polícia". "Para isso, iremos reforçar o atendimento à população. Também intensificaremos o controle ético e moral dos policiais", disse.
Superlotação
O ex-delegado-geral, Antônio Carlos de Castro Machado, criticou, em seu discurso de transferência do cargo, a superlotação dos distritos policiais da capital.
Machado disse que policiais civis se tornaram "guardas de distritos superlotados". Segundo ele, esse problema contribui para o desgaste da imagem da polícia no Estado.
O secretário respondeu a Machado informando que está prevista a construção de 11 presídios que abrigarão os presos condenados que cumprem pena em delegacias.
José Afonso disse que a superlotação de DPs e cadeias públicas é um dos "muitos problemas que ainda precisam ser resolvidos" em sua pasta. Ele pediu "paciência" aos delegados enquanto persistir o problema das carceragens lotadas, mas também mandou um recado: "é inaceitável que se admitam fugas de pessoas que podem retornar para a delinquência".
A posse de Braun foi assistida por cerca de 500 pessoas. Estavam presentes o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Claudionor Lisboa, e o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey.
José Afonso disse que o novo delegado-geral "terá a chance de aperfeiçoar ainda mais a instituição (Polícia Civil)". Em relação aos delegados presentes, o secretário afirmou: "daqui a pouco estou fora, mas os senhores continuam. Cabe a vocês promover a dignificação da polícia".
Sobre a possibilidade de atrito entre as polícias Civil e Militar -em razão da proposta de emenda constitucional, que fortalece a Polícia Civil (que passa a fazer o policiamento de rua) e enfraquece a PM- Braga Braun afirmou não estar preocupado.
"Historicamente, foram detectados alguns atritos entre as polícias. No entanto, os problemas sempre foram superados."

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