São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Exportações devem ter novos incentivos

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou ontem que o governo brasileiro deve adotar novas medidas para incentivar as exportações.
Logo após entrevista coletiva em Nova York, o ministro declarou que, de 58 pedidos específicos feitos por exportadores brasileiros, 34 já foram atendidos.
"Fizemos recomendações aos Estados, tudo, para, pouco a pouco, desburocratizarmos e facilitarmos as exportações", disse Malan. "Nada é feito afoitamente, porque não há motivos para isto", afirmou o ministro.
Malan declarou não estar preocupado com o déficit na balança comercial.
Para ele, o fato de as importações brasileiras estarem superando as exportações é encarado com "normalidade".
"Não devemos ficar tão histéricos assim. Economia rica não é necessariamente aquela que exporta mais. No período entre 83 e 94, o Brasil vivia de superávits. Agora a situação está mudando. Nossa economia passa por uma reforma estrutural."
Fortalecimento
Mais cedo ou mais tarde, Malan acredita que o quadro da balança comercial sofrerá modificações.
"A indústria brasileira está se fortalecendo. Além de ficar com mais condições de competir com a indústria estrangeira por mercados no exterior, ficará mais forte na briga pelo mercado interno. Em outras palavras, as importações acabarão caindo."
Sem querer fazer previsões sobre o déficit comercial em 1997, o ministro irritou-se com uma jornalista chilena que lhe perguntou se poderia chegar a US$ 50 bilhões.
"O déficit só preocupa se começa a crescer exponencialmente, o que não é nosso caso."
Mais adiante, porém, o ministro chegou a brincar com os jornalistas ao confessar sua "preocupação". "Sou pago, e mal pago, para me preocupar 24 horas por dia com a economia brasileira."
Comparações
Na coletiva, realizada no Conselho de Relações Exteriores, Pedro Malan fez questão de apontar diferenças entre o Brasil de 97 e o México de 94.
"São duas situações totalmente diferentes. Em 94, o México passou por grave crise bancária graças a uma combinação de eventos políticos e econômicos que não são similares aos do Brasil. Quem vê semelhanças não sabe o que se passa no Brasil e o que se passou no México", afirmou o ministro.
Malan não quis confirmar se o governo estabelecerá limites para despesas com cartão de crédito internacional em viagens ao exterior e aquisições de bens e serviços em outros países.

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