São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Sem-terra participam de ato da CUT no ABC

DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD E EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Os trabalhadores rurais sem terra da região do Pontal do Paranapanema (extremo oeste do Estado de São Paulo) vão comemorar o Dia do Trabalho, hoje, com os metalúrgicos do ABC, região da Grande São Paulo. Três ônibus viajaram ontem para São Bernardo do Campo.
A decisão de se juntar aos metalúrgicos no ato de Primeiro de Maio é uma retribuição à colaboração dada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) à marcha dos sem-terra a Brasília, segundo o dirigente Márcio Barreto.
Alguns dirigentes, como José Rainha Jr., viajaram ontem para Brasília para se juntar aos sem-terra que participaram da marcha e continuaram na capital federal.
Nos acampamentos e assentamentos do Pontal não haverá manifestação, segundo Barreto.
No ABC, a Polícia Militar designou cerca de 150 homens para fazer a segurança da manifestação da CUT, às 13h, no paço municipal de São Bernardo.
A central está gastando R$ 100 mil na organização do evento. O dinheiro foi utilizado na montagem do palco, do sistema de som, na contratação de grupos musicais e na divulgação da manifestação em outdoors e emissoras de rádio e televisão.
'Programa familiar'
Segundo o presidente da CUT-SP, José Lopez Feijó, o ato terá caráter de protesto contra medidas tomadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, como a reforma da Previdência, o aumento de 7,14% para o salário mínimo, o contrato temporário de trabalho e o programa de reforma agrária do governo.
"Tenho certeza de que o ato será totalmente pacífico. Será um programa para toda a família", disse Feijó.
Os policiais militares começarão a chegar ao local por volta das 11h, duas horas antes do início. Segundo o comando do 6º Batalhão, os policiais têm ordem de acompanhar o protesto, intervindo apenas em último caso.
A PM está preocupada com possíveis hostilidades que os policiais possam sofrer por causa do episódio da favela Naval, em Diadema, e do confronto ocorrido anteontem perto da Bolsa de Valores do Rio, onde ocorreria o leilão da Vale do Rio Doce.
Adesões
"Estamos esperando uma grande adesão, possivelmente de 50 mil pessoas", disse Carlos Alberto Grana, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Entre as pessoas que já confirmaram presença no protesto estão o presidente nacional da CUT, Vicente Paulo da Silva (o Vicentinho), e o ex-presidente do PT Luiz Inácio Lula da Silva.

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