São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Emprego em PE é 'bolha', diz economista

DA AGÊNCIA FOLHA

O aumento do número de empregos na região metropolitana de Recife (PE), detectado pelo IBGE em março, "não revela uma tendência de crescimento na oferta de trabalho, a médio e longo prazos".
A opinião é do economista, advogado e secretário executivo do Fórum de Empresários e Trabalhadores por Pernambuco, Adalberto Arruda Silva, 58.
Segundo ele, os números são reflexo de uma "bolha de emprego", ou seja, não significaria a garantia de retomada do processo de geração de empregos na região.
"Não ocorreram medidas estruturais que justificassem esse crescimento", afirmou Silva, ex-consultor da Sudene e da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado).
O aumento da ocupação em Recife, informou o IBGE, foi de 4,2% em março, em relação a fevereiro.
Para o economista, em parte essa evolução foi registrada porque a base (fevereiro) "é deprimida".
Outro possível motivo para o aumento no emprego, disse, teria sido o crescimento nas atividades comerciais e de serviços.
O acontecimento de maior impacto nesses setores foi a construção do Shopping Center Tacaruna, inaugurado ontem em Recife.
A obra gerou cerca de 3.000 empregos, o que representaria um acréscimo de mão-de-obra de 1,25% em relação aos 240 mil pessoas que já trabalham com carteira assinada na Grande Recife.
"Só que esses empregos são, em sua maioria, substitutivos, ou seja, em grande parte não são novos. Além disso, o shopping tende a provocar redução de atividade ou fechamento de pequenas empresas, com desemprego."
Em Salvador (BA), uma obra de saneamento básico financiada pelo BID, o Bahia Azul, e a construção de shoppings centers e delicatessens geraram nos últimos seis meses mais de 15 mil empregos diretos. Essas vagas contribuíram para amenizar a crise social provocada pela demissão, no início do ano, de 5.000 funcionários municipais e de 500 de fábrica da Coca-Cola que fechou.

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