São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997
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De Hollywood, Cannes cultiva só o glamour

AMIR LABAKI
DE HOLLYWOOD, CANNES CULTIVA SÓ O GLAMOUR

A Palma de Ouro -principal prêmio do festival francês- é uma espécie de "anti-Oscar".
Em toda a história, apenas um filme venceu as duas principais disputas do cinema: o teledrama "Marty" (1955), de Delbert Mann, sobre o romance de um açougueiro solteirão no bairro novaiorquino do Bronx.
Seis outros combinaram o triunfo em Cannes e o Oscar de filme estrangeiro -"As Portas do Inferno" (Japão), "Orfeu do Carnaval" (França), "Um Homem, Uma Mulher" (França), "O Tambor" (Alemanha), "Pelle, o Conquistador" (Dinamarca)- ou o de documentário -"O Mundo do Silêncio" (França).
Cannes tradicionalmente pesca nas margens da produção americana, independente ou dos grandes estúdios. Apesar de movimentar um dos maiores mercados internacionais de compra e venda de filmes, as seleções do festival não trabalham com as grandes produções americanas, os chamados "blockbusters", "arrasa-quarteirões" que chegam a custar hoje US$ 100 milhões e precisam arrecadar pelo menos o dobro.
São filmes que prescindem de Cannes para conquistar a atenção da platéia mundial. Para o festival, por sua vez, são estes os inimigos, o cinema industrial sem pedigree de autor. Até por questão de calendário, os "arrasa-quarteirões" típicos das férias de verão nos Estados Unidos (junho-julho) preferem o Festival de Veneza (setembro) para o começo de seu ciclo comercial pelo continente europeu. (AL)

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