São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Creche dá educação em tempo integral em BH

Entidade atende 550 crianças carentes que moram em 6 favelas

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A creche Centro Infantil Professor Estevão Pinto, no bairro Serra, zona sul de Belo Horizonte, proporciona educação em tempo integral para 550 crianças carentes, desde o maternal até a quarta série do primeiro grau.
A instituição atende a um total de 410 famílias de seis favelas do bairro Serra, cujas mães precisam trabalhar e não têm com quem deixar seus filhos.
A Fundação Kanitz de Apoio ao Terceiro Setor escolheu o centro como uma das 50 melhores entidades beneficentes sem fins lucrativos do país e uma das 16 melhores que se dedicam a crianças e/ou jovens.
No dia 10 de junho, as entidades escolhidas receberão o "Prêmio Bem Eficiente", concedido, pela primeira vez este ano, pela fundação.
Para inscrever seu filho, as mães têm de comprovar que têm baixa renda e que trabalham fora de casa, além de morar ou exercer sua atividade no bairro. A creche só consegue atender a um quinto das crianças inscritas.
Atividades
As crianças chegam à creche às 7h30 e participam de atividades recreativas e esportivas.
Aprendem hábitos de higiene e saúde bucal. Recebem reforço escolar, atendimento médico e odontológico.
Ao meio-dia, elas tomam banho e almoçam. À tarde, vão para as salas de aula na própria creche, onde aprendem com professores da Secretaria de Estado da Educação. Só voltam para casa depois das 17h.
O centro atende também a cem crianças de até 14 anos, que já terminaram a quarta série.
Duas vezes por semana, elas praticam esportes na quadra poliesportiva: futebol de salão para os meninos e vôlei ou ginástica aeróbica para as meninas.
A diretoria da instituição tem planos de criar um curso profissionalizante para manter o vínculo com as crianças já atendidas pela instituição, após completarem 14 anos.
Padrinhos
O centro funciona em uma área de 5.800 metros quadrados na zona sul de Belo Horizonte.
A superintendente administrativa, Marilac Terezinha de Almeida, explica que 407 crianças atendidas têm padrinhos no Brasil ou no exterior, que dão uma contribuição mensal de R$ 20 para seus apadrinhados.
A contribuição é recolhida pelo Fundo Cristão Para Crianças e 80% são repassados para a instituição.
O centro recebe ainda doações de pessoas físicas e jurídicas e por intermédio de convênios com a Prefeitura de Belo Horizonte e o governo de Minas Gerais.
O centro tem 66 funcionários e cerca de 20 voluntários. O orçamento anual é de cerca de R$ 500 mil.
O atendimento médico e odontológico é prestado por estagiários da Universidade Federal de Minas Gerais.

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