São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Americanas pode ter lucro

DA REPORTAGEM LOCAL

A Lojas Americanas é um caso à parte para os analistas que debruçam sobre os números das empresas do setor de varejo do país. Nesse caso, a recomendação continua sendo aguardar até que a empresa consiga pôr ordem na casa.
A desordem dos últimos anos fez que a Americanas tivesse prejuízo de R$ 24 milhões, provocado em grande medida pela falta de critérios com que a empresa financiava seus clientes, aceitando cheques pré-datados sem garantias.
Com isso, teve de amargar perdas de R$ 50 milhões com o que os analistas de investimentos chamam de eventos não-recorrentes, como a inadimplência de sua carteira de cheques pré-datados recebidos.
Octavio Victor, do Unibanco, considera que a empresa deve reverter esses problemas de falta de pagamento já nos resultados do primeiro trimestre.
Isso porque, diz ele, a Americanas já ligou suas 104 lojas (número de novembro de 96) à Telecheque.
Por esse sistema, o risco do crédito é "tercerizado", ou seja, a Americanas só aprova o crédito com o aval da Telecheque, que por sua vez assume o risco de um não-pagamento.
Além disso, diz o analista do Unibanco, a empresa também está investindo na sua estrutura de distribuição, para que suas novas lojas não acabem tendo problemas por causa de uma estrutura precária.
"A Americanas está se ajustando e deve virar o ano de 1997 com lucro", conclui Victor.
Graça Paiva, do Boavista, faz análise semelhante, inclusive no caso do resultado -positivo- que a empresa deve apresentar neste ano.
A recomendação, no entanto, continua sendo aguardar. "Ainda é preciso uma confirmação da política que a empresa pretende adotar, porque no passado ela já errou muito", avalia ela.

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