São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Justiça Militar é acionada

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa), o IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros) e a Comissão Brasileira de Justiça e Paz acionaram ontem a Justiça Militar, na tentativa de reverter a privatização da Companhia Vale do Rio Doce.
As três entidades entregaram ao procurador-geral da Justiça Militar, em Brasília, pedido de abertura de inquérito para apurar uma "notícia de crime de ação penal pública".
As três entidades argumentam que, mesmo minoritária, a participação de capital estrangeiro na privatização da Vale significa um crime previsto pelo artigo 142, inciso 3º, do Código Penal Militar.
O artigo pune com 15 a 30 anos de reclusão quem "tentar internacionalizar, por qualquer meio, parte do território nacional".
A petição entregue ontem foi supervisionada pelo ex-procurador-geral da República, Aristides Junqueira, que é hoje um dos dirigentes da Comissão Justiça e Paz, entidade ligada à CNBB(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Signatários
O documento traz as assinaturas de Barbosa Lima Sobrinho, em nome da ABI, de Herman de Assis Baeta, pelo Instituto dos Advogados, e de Francisco Whitaker Ferreira, secretário-executivo da Comissão de Justiça e Paz.
Segundo os signatários, em petição de sete laudas, a Vale é proprietária de 7.700 alvarás de lavra em áreas do território nacional que totalizariam 16 milhões de hectares, o que equivaleria a quatro vezes a superfície do Estado do Rio.
É feito um histórico da estatal privatizada e um balanço de sua importância econômica e estratégica, como o fato de possuir reservas comprovadas de 41,2 bilhões de toneladas de minérios de ferro.

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