São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997 |
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Médica morre com tiro no peito em SP
MARCELO GODOY
Isaura era divorciada e, momentos antes de ser baleada, havia deixado um centro espírita. A polícia suspeita que o crime seja passional embora a família de Isaura não acredite nessa hipótese. Isaura trabalhava no setor de alergia e de imunologia do Hospital das Clínicas de São Paulo e em uma clínica em São Bernardo do Campo (ABCD). Ela não tinha filhos e estava separada do marido, o também médico Hélio Pinczowski, havia dois anos. Às terças e quintas-feiras, ela ia ao centro espírita Seara Bendita. Após deixar o local, ela entrou no Golf virou uma esquina e, imediatamente, um Vectra, que avançara na contramão, parou em frente ao seu carro. A médica também parou, desligou o motor, ligou o pisca-alerta, pegou a chave do carro e desceu. "Não é a atitude de alguém que pode estar sendo vítima de um assalto", disse o delegado Naeif Saad Neto, titular do 27º DP. Em seguida, Isaura foi em direção ao Vectra, de onde já havia saído um homem. Descrito por testemunhas como sendo branco e magro, o acusado usava bigode e tinha cerca de 35 anos. "Provavelmente, ela (Isaura) conhecia esse homem", afirmou o delegado. As testemunhas ouviram a médica falar: "Não me mate, vamos conversar". Em seguida, o homem sacou um arma e disparou uma vez. Baleada, a médica tentou se apoiar em um carro e tombou no chão. O assassino entrou no Vectra e fugiu "cantando os pneus do carro"'. Isaura estava usando jóias. Havia deixado a bolsa no carro, mas nada foi levado pelo assassino. Um morador do prédio em frente ao local do crime chamou a PM. Os policiais militares chegaram ao local e encontraram um motoqueiro, até então, a principal testemunha do crime. "Ele forneceu a placa do Vectra aos PMs, que não a anotaram e que não perguntaram o nome da testemunha", disse o delegado. A vítima foi levada ao hospital Evaldo Foz, a cerca de 400 metros do local do crime, onde chegou morta. O testemunha Alexandre Garcia dos Santos, 23, estava no 14º andar do prédio em que mora e acompanhou a cena do crime. Ele descreveu o que aconteceu à polícia e disse que não tinha condições de reconhecer o assassino. Duas outras testemunhas presenciaram parte do crime. A primeira é uma mulher de 65 anos cujo nome não foi revelado. Ela estava voltando de uma padaria para casa, quando ouviu um tiro. A mulher viu o criminoso entrar no carro e se escondeu perto de uma garagem. Ontem, ela começou a fazer o retrato falado do assassino e deve terminá-lo hoje. Além dela, um adolescente de 16 anos ouviu o disparo e viu o Vectra saindo. "Vamos investigar a vida da médica para saber quem tinha interesse em matá-la", afirmou o delegado. Texto Anterior: Mistério envolve morte de duas mulheres Próximo Texto: Posto é furtado na embaixada dos EUA Índice |
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