São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Foge acusado de prostituir crianças no PA

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O dono da boate Rhytmus, Carlos Roberto da Silva, 31, um dos principais acusados no caso de exploração sexual de menores em Itaituba, sudoeste do Pará, fugiu anteontem do município.
Silva, conhecido como "Batgirl", conseguiu, pela manhã, sair da cadeia para responder ao processo em liberdade, mediante liminar concedida pela desembargadora Lúcia Seguin Dias Cruz, do Tribunal de Justiça do Estado.
Na mesma manhã, após intervenção do procurador-geral de Justiça do Estado, Manuel Santino, junto do Tribunal de Justiça do Estado, a desembargadora cassou a própria liminar e manteve a prisão do dono da boate.
Nesse meio tempo, "Batgirl" já havia fugido de Itaituba (1.000 km de Belém).
A desembargadora não foi localizada pela Agência Folha. O procurador apenas confirmou as informações, mas evitou detalhes.
"Batgirl", nove comerciantes e dois balconistas de Itaituba respondem a processo por atentado ao pudor, favorecimento à prostituição e estupro de menores com idades de 8 a 17 anos.
O processo foi aberto ontem, quando a juíza Kédima Pacífico Lyra recebeu a denúncia da promotora Leane Chermont.
A rede de exploração de menores foi descoberta no dia 20 de abril, quando foram encontradas 120 fotos pornográficas de menores com o comerciante Miguel Bezerra de Almeida, 46. Com Almeida, estão presos dois comerciantes e dois donos de motel.
Além de "Batgirl", estão foragidos o dono da farmácia Osvaldo Cruz, Raimundo Nonato Cunha, 40, e três donos de motel.
Apenas os balconistas Valdiney da Silva, 21, e Edvaldo Melo, 19, acusados de estupro, respondem ao processo em liberdade. Todos os acusados negaram, em seus depoimentos, as acusações.
Transferência
A promotora de Itaituba Margareth Sinimbu disse ontem à Agência Folha que vai pedir ao Ministério Público do Amazonas a transferência da adolescente de 15 anos encontrada anteontem em cárcere privado em Manaus.
A menina disse ter sido vendida para uma casa de prostituição de Manaus por um outro prostíbulo, de Itaituba. "Vamos ver ela reconhece algum dos 12 acusados ou aponta novos envolvidos", disse a promotora.
"Pode haver ligações entre as fotos de menores nuas e uma rede de tráfico de meninas", completou.

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