São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Produto nacional perde mercado nos EUA

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os produtos brasileiros não conseguiram conquistar o espaço gerado no mercado norte-americano pelo aumento da demanda de 1990 a 1996, conforme o Departamento de Comércio dos EUA.
As estatísticas mostram que o conjunto das importações realizadas pelos EUA cresceu 59,53% no período. Os embarques brasileiros aumentaram apenas 9,84% -passaram de US$ 7,976 bilhões para US$ 8,761 bilhões.
Em 1994, quando o governo brasileiro lançou o Plano Real, as exportações aos EUA alcançaram o patamar de US$ 8,7 bilhões.
Com isso, a participação dos produtos brasileiros no conjunto das importações realizadas pelos EUA caiu de 1,61%, em 1990, para 1,11%, em 1996.
Com base nesses dados, Peter Allgeier, representante-adjunto para o hemisfério ocidental do USTR (escritório de comércio norte-americano), criticou anteontem o desempenho das exportações brasileiras.
Para ele, a versão de que as barreiras comerciais impostas pelos EUA inviabilizam as exportações brasileiras não é válida, porque as mesmas restrições afetam os demais países latino-americanos.
"O Brasil não aumentou suas exportações em nenhum dólar", apontou Allgeier na ocasião, referindo-se ao período de 1995 a 1996.
Na comparação com outros países da América Latina, estão em situação pior que o Brasil o vizinho Paraguai, com queda de 16,71% nas exportações aos EUA, e outros sete países do Caribe.
A Argentina aumentou seus embarques ao mercado norte-americano em 50,99% entre 1990 e 1996 -passaram de US$ 1,508 bilhão para US$ 2,278 bilhões. O Uruguai elevou seus embarques em 25,24%, e o Chile, em 70,76%.
Os piores casos são aqueles nos quais a demanda nos EUA por produtos estrangeiros aumentou, mas as exportações brasileiras caíram. É o caso dos têxteis, cujos embarques diminuíram 19,28% de 90 a 96. Nos EUA, as importações desses produtos subiram 64,21%.

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