São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Mais clientes querem processar banco

DÉCIO SÁ
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Mais de 70 pessoas tinham procurado até o final da tarde de ontem os advogados do empresário João Pereira do Lago, 56, com o objetivo de processar o Banco do Brasil por perdas e danos morais.
Os clientes do banco alegam ter tido prejuízos devido ao fechamento das sete agências do Banco do Brasil em São Luís durante a sexta-feira e a manhã da última segunda-feira.
O fechamento das agências foi determinado pela direção do banco para que não fosse paga uma indenização de R$ 255,5 milhões ao empresário João Pereira do Lago, já suspensa pela Justiça. O mérito da questão será julgado até o fim do mês.
A assessoria jurídica do Banco do Brasil alega que a decisão pelo fechamento das agências foi tomada "porque nelas havia dinheiro do Banco Central".
A ordem judicial de arrombamento de cofres foi criticada por advogados do sul do país.
O advogado Eli Medeiros, 44, que representa o empresário Lago, disse estar orientando todos os clientes que se dizem prejudicados a procurar a direção do banco antes de reclamar na Justiça.
Segundo ele, a repercussão do caso "vai trazer muitas consequências para o banco".
O BB em São Luís montou um esquema especial de atendimento para evitar essas ações. Os gerentes foram autorizados a resolver os casos mais simples enquanto a superintendência trata dos mais complexos.
Até o final da manhã de ontem nenhum cliente havia procurado o banco para reclamar possíveis prejuízos, segundo informou a assessoria jurídica da instituição.
Devolução
Os advogados do Banco do Brasil encaminharam na terça-feira uma petição pedindo que o juiz Júlio de Araújo Aires, da 8ª Vara Cível de São Luís, determine a devolução dos R$ 14 mil retirados de uma das sete agências do banco na capital.
O dinheiro foi retirado em cumprimento a um mandado de intimação, penhora e arrombamento dos cofres das agências do BB, determinado pelo juiz Júlio de Araújo Aires.
No mandado, foi estipulada uma indenização de R$ 255,5 milhões ao empresário João Pereira do Lago.
O mandado previa ainda que o que fosse retirado dos cofres do banco até o valor de R$ 1,3 milhão fosse repassado imediatamente ao empresário. Os oficiais de Justiça só conseguiram arrombar um cofre. O dinheiro retirado (R$ 14 mil) foi repassado ao empresário.
Na segunda-feira, o Tribunal de Justiça do Maranhão concedeu uma liminar anulando a decisão do juiz e determinando a devolução do dinheiro retirado da agência.
A mulher de João Lago, Lucylena, 34, disse que o empresário só está esperando a decisão do juiz para que seja feita a devolução do dinheiro.

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