São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Juiz admite erro em indenização milionária

DA AGÊNCIA FOLHA

Agência Folha
O juiz Júlio de Araújo Aires, da 8ª Vara Cível de São Luís, determinou, no início da tarde de ontem, que sejam refeitos os cálculos da indenização devida pelo Banco do Brasil ao empresário João Pereira do Lago.
O juiz tomou a decisão informando que as pessoas são falíveis e é possível que possa ter havido erro no cálculo da indenização.
A Justiça maranhense determinou que o Banco do Brasil pagasse uma indenização de R$ 255,5 milhões a Lago em razão de um cheque devolvido que teve em 1988. Segundo alegação do empresário, o fato fez com que ele perdesse crédito junto ao meio comercial, já que seu nome foi incluído na lista negra do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), sendo obrigado a encerrar sua atividade.
Ações Até ontem mais de 70 pessoas tinham procurado os advogados do empresário João Pereira do Lago, 56, com o objetivo de processar o BB por perdas e danos morais.
Os clientes do banco alegam ter tido prejuízos devido ao fechamento das sete agências do BB em São Luís durante a sexta-feira e a manhã da última segunda-feira.
O fechamento das agências foi determinado pela direção do banco para que não fosse paga uma indenização de R$ 255,5 milhões ao empresário João Pereira do Lago, já suspensa pela Justiça. O mérito da questão será julgado até o fim do mês.
O advogado Eli Medeiros, 44, que representa o empresário Lago, disse estar orientando todos os clientes que se dizem prejudicados a procurar a direção do banco antes de reclamar na Justiça.
Segundo ele, a repercussão do caso "vai trazer muitas consequências para o banco".
O BB em São Luís montou um esquema especial de atendimento para evitar essas ações. Os gerentes foram autorizados a resolver os casos simples enquanto a superintendência trata dos complexos.
Até o final da manhã de ontem nenhum cliente havia procurado o banco para reclamar possíveis prejuízos, segundo informou a assessoria jurídica da instituição.
Devolução
Os advogados do BB encaminharam na terça-feira uma petição pedindo que o juiz Aires determine a devolução dos R$ 14 mil retirados de uma das sete agências do banco.
O dinheiro foi retirado em cumprimento a um mandado de intimação, penhora e arrombamento dos cofres das agências do BB, determinado pelo juiz Aires.
O mandado previa ainda que o que fosse retirado dos cofres do banco até o valor de R$ 1,3 milhão fosse repassado imediatamente ao empresário. Os oficiais de Justiça só conseguiram arrombar um cofre. O dinheiro retirado (R$ 14 mil) foi repassado ao empresário.
Na segunda-feira, o Tribunal de Justiça do Maranhão concedeu uma liminar anulando a decisão do juiz e determinando a devolução do dinheiro retirado da agência.

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