São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indenização é proporcional a dano, diz juiz

DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública da capital maranhense, Luiz Carlos Nunes Freire, afirmou que as indenizações determinadas pela Justiça em São Luís são proporcionais aos danos sofridos pelos clientes e poderiam ser menores se os bancos fizessem acordos no início dos processos.
Freire, como cliente do Banco Itaú, ganhou uma indenização de R$ 110 milhões. O banco, por engano, teria protestado em 1987 uma duplicata já paga por ele, no valor de US$ 6.000. Uma agência do Itaú foi já foi penhorada para pagar sua indenização.
Embora já homologada pela Justiça, a indenização foi, depois, reduzida para R$ 3 milhões porque o próprio Freire informou ao juiz da causa que o valor era alto demais.
Freire considera o novo valor satisfatório. "Na verdade, não há quantia que pague o sofrimento causado por erros de bancos", disse ele. "Os bancos fazem o que querem com os cidadãos. Só não reclama o sujeito que é menos instruído e medroso. O banco tem um patrimônio tão grande que R$ 3 milhões não são nada para ele."
O superintendente da Polícia Civil, Vicente de Paulo Oliveira Ramos, que ganhou uma indenização de R$ 2,2 milhões, afirmou que o valor pode parecer alto para quem não sofreu com erros de bancos. "Pode ser até pouco", acrescentou.
Ramos disse, no entanto, que acatará a decisão da Justiça sobre o assunto, seja ela qual for.
Sem declarações
Procurados pela Folha para comentar os processos que moveram, o advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho e o juiz Jaime Ferreira de Araújo não quiseram dar declarações.
"Por uma questão de ética e dever profissional, não posso falar sobre processos em curso", disse Carvalho.
O empresário Tito Antonio de Souza Soares Filho, sobrinho do senador José Sarney, não foi localizado. Sua família informou que ele mora em Teresina. No telefone indicado, ninguém atende.

Texto Anterior: Juiz admite erro em indenização milionária
Próximo Texto: Para Febraban, condenações são absurdas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.