São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Dirigente da CBF é acusado de corrupção

DA SUCURSAL DO RIO; DA REPORTAGEM LOCAL

O responsável pelas arbitragens do futebol nacional pediu demissão ontem em meio a denúncias de que receberia dinheiro e material esportivo para favorecer times nos torneios promovidos pela Confederação Brasileira de Futebol.
O presidente Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol, Ivens Mendes, alega ter deixado o cargo porque sua família estaria sofrendo ameaças de morte.
A Conaf é subordinada à CBF.
Mendes ocupou a presidência do órgão nos últimos dez anos.
Em gravação exibida pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, uma voz identificada como a de Mendes pede R$ 25 mil a uma pessoa apontada como o presidente do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia.
A verba seria usada pelo dirigente da Conaf em sua campanha para deputado federal, por Minas Gerais, nas eleições de 1998.
Na fita, Mendes insinua que o time paranaense seria beneficiado em jogo contra o Vasco, no dia 3 de abril, pela Copa do Brasil.
Em nenhum momento da gravação, no entanto, é detalhado o suposto esquema de manipulação de resultados.
O juiz da partida foi Oscar Roberto Godoi. O Atlético-PR venceu por 3 a 1 -o atacante vascaíno Edmundo e o zagueiro atleticano Andrei foram expulsos.
Na partida de volta, no Rio, o Vasco venceu. Mas a vaga ficou com o Atlético-PR, que seria eliminado depois pelo Corinthians.
O "Jornal Nacional" também mostrou suposta conversa em que o ex-presidente da Conaf pede ajuda financeira ao presidente do Corinthians, Alberto Dualib.
Substituto
O diretor do departamento técnico da CBF, Gilberto Coelho, assumiu interinamente a presidência da Conaf. Estão sendo cogitados para o cargo os nomes dos ex-árbitros José Roberto Wright e Arnaldo Cezar Coelho. Outra opção é a criação de um colegiado de árbitros para dirigir a entidade.

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