São Paulo, quinta-feira, 8 de maio de 1997
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Rebelde gera desconfiança

MARY BRAID
DO "THE INDEPENDENT"

Quando o bonachão Laurent-Desiré Kabila, 58, saiu da selva para comandar a insurreição no leste do Zaire, até experimentados observadores da África perguntaram: Laurent o quê?
Ainda hoje, pouco se sabe sobre o passado e a vida pessoal do veterano líder esquerdista que está prestes a tomar o poder. Mas há alguns sinais de tendências ditatoriais: ele apontou parentes para posições importantes em territórios conquistados; obriga cidadãos a participarem de aulas de "reeducação"; proíbe oposição política em áreas sob seu comando.
A transformação de Kabila de personagem folclórico em figura internacional foi aceita de má vontade. Emma Bonino, a comissária européia dos direitos humanos, disse que Kabila não será necessariamente melhor do que Mobutu.
Nos bastidores da negociação, assessores do presidente sul-africano, Nelson Mandela, consideram Kabila "um filho da puta arrogante". Em público, porém, Mandela disse que o guerrilheiro é "um grande filho da África", elogio que ele dirigiu também ao desgastado Mobutu.
"Ele realmente perdeu a estima de Mandela", diz um assessor do sul-africano. Seu erro, neste caso, foi a demora para comparecer à reunião realizada em navio -uma humilhação para o próprio Mandela.

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