São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Vale define hoje composição do conselho de administração

Fundos querem participação igual à da CSN e bancos

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Companhia Vale do Rio Doce começa a mostrar sua cara privatizada hoje, a partir das 15h, quando acontecerá a Assembléia Geral Extraordinária que tratará da renúncia do atual conselho de administração (estatal) e a posse do novo (privado).
A primeira modificação já é conhecida. Para acomodar os diversos sócios da Valepar (a nova holding da Vale), o conselho vai crescer dos atuais oito para 12 membros. Os atuais membros do conselho renunciaram na sexta-feira.
Hoje pela manhã, os novos sócios iniciarão uma série de reuniões na sede da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para definir os detalhes finais da composição do conselho de administração, que, entre outras atribuições, tem a tarefa de indicar a diretoria executiva da empresa.
Não há previsão de modificações radicais na diretoria no primeiro momento. O presidente do conselho de administração da CSN, Benjamin Steinbruch, tem dito que as mudanças serão feitas de forma cautelosa.
Quando a CSN foi privatizada, a nova direção demorou cerca de dois anos para realizar todas as modificações na estrutura da siderúrgica.
Fundos de pensão
Até anteontem -ontem as negociações ficaram em compasso de espera-, a principal questão na composição do conselho era se os fundos de pensão reunidos teriam seis vagas no conselho para ficar com número igual ao da CSN e os investidores financeiros Opportunity e Nations Bank.
A definição até anteontem apontava que sete cadeiras ficariam com o grupo formado por CSN, Opportunity e Nations Bank.
As outras cinco ficariam com a Litel (grupo dos fundos de pensão Previ, Petrus, Funcef e Funcesp) e Investvale (clube de empregados da Vale), que comprará as ações destinadas aos funcionários na oferta prevista para dia 20 de maio.
Depois das negociações de sexta-feira e sábado, o conselho de administração ficou assim dividido entre os sócios da Valepar: CSN, quatro representantes; Opportunity, dois; Nations Bank, um; Litel, três; Investvale e Valia (fundo de pensão da Vale), dois.
Alguns nomes já têm presença praticamente certa no conselho. São eles: Benjamin Steinbruch, Maria Silvia Bastos Marques e Eliezer Batista (CSN), Luiz Orenstein e Pérsio Arida (Opportunity), Armínio Fraga Neto (Nations Bank), Francisco Póvoa (Investvale), Jair Antônio Bilachi (Previ) e Francisco Gonzaga de Oliveira (Petrus).
A participação acionária na Valepar também já está praticamente definida. O grupo da CSN deve ficar com 51% das ações, e o dos fundos de pensão, com 49%. A divisão interna no grupo deve ser a seguinte: CSN, 25%; Opportunity, 15%; Nations Bank, 11%. Entre os fundos de pensão, Litel deve ficar com 37%, e Investvale, com 12%.

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