São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Método atual fere estatuto

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

Benedito Rodrigues dos Santos, um dos relatores do Estatuto da Criança e do Adolescente e consultor do Unicef, diz que o método adotado pela gestão atual -o de não deixar os meninos de rua saírem do abrigo- contraria um dos principais artigos do documento: o direito de ir e vir de crianças e adolescentes.
"Essa metodologia foi testada no Brasil ao longo de toda a sua história e não deu certo. Isso é um retrocesso do ponto de vista pedagógico. É a volta da institucionalização", diz Santos.
O ex-secretário de Ação Comunitária de Santos, Antonio Lancetti, 48, diz que em sua gestão as principais metas do projeto eram "conquistar a atenção das crianças e dos menores dando a eles liberdade para entrar e sair do abrigo".
Segundo Lancetti, eles ofereciam algo que seduzia mais esses menores do que a droga ou o álcool, como as oficinas.
A atual secretária, Anamara Simões Martins, diz que a sua proposta não é de internar os meninos de rua, e sim de fazer com que eles passem por um período de tratamento contra as drogas.
Segundo Anamara, a liberdade dada aos meninos era falsa porque eles não se livravam das drogas. Sobre os depoimentos de N.C., ela diz que "o menino não está em condições de discernir sobre qualquer assunto porque está envolvido com o crack".
(LS)

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