São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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Próximo passo é atrair iniciativa privada

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos pontos principais para que a revitalização da Luz dê certo é a participação da iniciativa privada no processo, diz Maria Aparecida Lomônaco, diretora do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico).
Na primeira fase do projeto, no entanto, as parcerias ainda não estão definidas. "É preciso primeiro mostrar que existe um plano grande, abrangente, em que a administração aposta. Estamos detalhando as ações e esperamos a vinda da iniciativa privada", afirma.
Na região, segundo ela, há várias possibilidades para o investimento de empresas. Não se trata de novas edificações, já que a maior parte da região é Z-8, que não permite maior adensamento.
Mas sim da ocupação de espaços subutilizados, como a antiga Garagem Municipal, atualmente desativada e sem função. Lomônaco dá outro exemplo. Dentro do parque da Luz havia um restaurante Ponto Chic, que poderia voltar a funcionar. "Seria muito interessante, até do ponto de vista de recuperação de uma tradição. Acredito que vá haver interesse", diz.
Por enquanto, aconteceram reuniões apenas com associações de moradores e associações comerciais. "É fundamental esse engajamento da comunidade".
Além disso, ela busca apoio de instituições como o Senac, Senai e o Liceu de Artes e Ofícios, a Associação Viva o Centro e da Cúria Metropolitana. O diretor-regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, também ressalta a importância da participação do setor privado. E dá como exemplo, o centro Georges Pompidou, na França, que provocou a revitalização comercial de toda uma área.
"A cidade de São Paulo peca por sua pouca monumentalidade. É muito prática, funcional. Na Luz, estão aliadas a deterioração e a decadência econômica. É preciso reverter isso, fortalecer áreas que tenham valor do ponto de vista cultural", afirma Miranda
Lomônaco afirma que a ação pública se dará em áreas mais infra-estruturais. As todo, nove intervenções estão previstas. A maior delas será na estação da Luz, que terá recuperação física, funcional e operacional e será integrada ao Jardim da Luz e ao metrô.
O Jardim da Luz também sofrerá recuperação paisagística e arquitetônica e seu entorno terá recuperação urbanística.
As obras de restauração acontecerão na Casa da Memória (que já teve uma parte concluída), no Seminário e na Igreja de São Cristóvão e no Quartel da Luz.
A praça Coronel Fernando Prestes, que hoje funciona como estacionamento para os alunos da Fatec, terá recomposição paisagística. E as ruas Casper Líbero e Mauá terão alterações viárias. Também será feito estudo para propor novos usos da Garagem Municipal.

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