São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997 |
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Bergman recebe Palma das Palmas
SÉRGIO DÁVILA
O prêmio, único, é o mais importante dos eventos especiais criados para comemorar o cinquentenário do Festival Internacional de Cinema de Cannes, na França, neste ano. A Palma foi anunciada pela diretora neozelandesa Jane Campion ("O Piano"), entregue pela atriz sueca Liv Ullmann (ex-mulher de Bergman) e recebida por Lynn Bergman, filha do casal. Emocionada, Lynn disse: "Meu pai me pediu que pedisse a vocês para perdoarem um homem velho por não estar aqui nesta noite. Com honra e humildade, ele quer dizer obrigado a todos". Bergman foi escolhido para receber a Palma das Palmas por 29 diretores que já receberam a Palma de Ouro em algum momento dos 50 anos do Festival. Apesar de nove participações, o sueco nunca saiu vitorioso. O laureado mais antigo, o primeiro a entrar no palco do Palácio dos Festivais e o único que não estava de smoking preto (vestia uma jaqueta amarela), foi o francês Henri Colpi ("Un Aussi Longue Absence", 61), sucedido pelo brasileiro Anselmo Duarte ("O Pagador de Promessas", 62). Até o último, o inglês Mike Leigh -que levou a Palma em 96 por "Segredos e Mentiras"- a platéia recebeu em silêncio nomes como Michelangelo Antonioni (67), Francis Coppola ("A Conversação", 74, e "Apocalipse Now", 79), Martin Scorsese ("Taxi Driver", 76) e Costa-Gavras ("Desaparecido", 82). No final, lideraram os aplausos de pé gente do cinema de todos os tempos, do veterano Charlton Heston (ele próprio um dos mais aplaudidos na entrada) à estreante Liv Tyler, passando por Roman Polanski, Claudia Cardinale, Kenneth Branagh, Dennis Hopper, Gina Lollobrigida, Lauren Bacall, Sylvester Stallone e Victoria Abril. A atriz espanhola causou "frisson" ao aparecer vestida com um casaco sobre camisa transparente, short branco e calcinha laranja. A entrega do prêmio começou às 19h30 locais (14h30 de Brasília) com um espetáculo de dança do coreógrafo Philippe Decouflé, que esteve no Brasil em 1996. A apresentação homenageava o cinema e terminou com a entrada da atriz francesa Jeanne Moreau, que dedicou o espetáculo ao cineasta italiano Marco Ferreri, morto na última sexta. O presidente francês Jacques Chirac passou a manhã em Cannes. Texto Anterior: Equipe de TV russa vira refém na Tchetchênia; Madre Teresa oferece ajuda a prostitutas; Rebeldes albaneses discutem dissolução; Israel acusa guarda de Arafat por homicídio Próximo Texto: Depp decepciona com "The Brave" Índice |
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