São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997 |
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Soberania variou de franceses a ingleses
JOANA BRASILEIRO
Mas alguns acreditam que comerciantes árabes já as utilizavam desde o século 12. Em mapas de navegadores portugueses do século 16, foram encontradas vagas referências sobre um grupo, chamado Amirantes por Vasco da Gama. Em 1732, os navios franceses Charles e Elisabeth, sob o comando de Lazare Picault, aportaram na baía de Mahé. Picault chamou Mahé de "ilha da fartura". Ponto estratégico Em 1740, rumores de uma guerra entre ingleses e franceses pela Índia transformaram a descoberta em ponto estratégico. Em 1743, Picault aportou novamente em Mahé, batizando esse ponto de Port Royale, nome atual. Picault concluiu que poderia plantar cana e arroz no solo do arquipélago e também descobriu Praslin, a segunda maior ilha. A companhia oficial de Coneille Nicolas Morphey aportou em 6 de setembro de 1756 na baía de Mahé, mais exatamente na ilha que depois foi chamada de Ste. Anne. Morphey confirmou a necessidade estratégica de ocupação das ilhas, e, em novembro, a França tomou posse de Seychelles. Em 1768, nova expedição passa a chamar Seychelles de ilhas das Palmas e dá nome a outras do grupo: La Digue, Felicité, Marianne, Ronde, Aride, Cousin e Cousine. Em 1770, após o fim da Guerra dos Sete Anos, a expedição do navio Thèlemaque aporta em Ste. Anne com 27 homens e 1 escrava. É o início do povoamento local. Pierre Poivre inicia a formação de um jardim de especiarias ("spicy garden"). Um decreto de 1776 proíbe a exploração de tartarugas, mas não consegue parar a atividade. Colônia britânica Em 1777, a França entra, mais uma vez, em guerra contra os ingleses pela disputa das colônias. Tropas são enviadas, e os jardins são queimados antes que caíssem em poder dos ingleses. Em 1789, a colônia de Seychelles consistia de 69 franceses, incluindo 3 soldados, 32 colonos e 487 escravos. Em 1790, as ilhas conseguiram a independência do grupo chamado de ilhas da França, que abrigava também Maurício e o grupo de Reunião e era administrado por um mesmo governador. Durante as guerras napoleônicas, as ilhas permaneceram protegidas dos ingleses, apesar de pouco equipadas para o combate. O primeiro confronto foi em 16 de maio de 1794, e, logo depois, as ilhas se tornaram parte do império colonial britânico. Apesar de se ter tornado colônia britânica, a influência francesa permanece nítida até hoje. Na comida, na religião -a população ainda é 90% católica- e na língua. Os escravos em Seychelles vieram de várias partes da África. A população créole, fruto da miscigenação de europeus e escravos, era livre muito antes da abolição, além de ser dona de escravos. Escravos vindos de Madagascar e Moçambique eram discriminados e relegados a trabalhos pesados. Chamar alguém em Seychelles de "mozambiks" é insulto até hoje. Segunda Guerra Mundial A Segunda Guerra Mundial causou um forte impacto em Seychelles. Foram introduzidos a eletricidade e o telefone. Além disso, as ilhas se tornaram uma importante base para abastecer hidroaviões e navios britânicos. As primeiras tropas de Seychelles, enviadas para Suez durante a guerra, sem uniformes e equipamento, desembarcaram no Egito, onde foram confundidos com uma gangue de prisioneiros fugidos. Texto Anterior: Turismo faz a economia girar Próximo Texto: Democracia veio em 1993 Índice |
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