São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Spielberg volta com sequência de "Jurassic"

ADRIANE GRAU

Passaram-se quatro anos desde que os dinossauros do filme "Jurassic Park" renderam US$ 916 milhões nas bilheterias do mundo inteiro.
Desde então, o diretor norte-americano Steven Spielberg abocanhou sete Prêmios Oscar com "A Lista de Schindler", em 1994, e fundou o estúdio multimídia Dreamworks SKG.
Com dois filmes em pré-produção sob sua nova marca, Spielberg resolveu quebrar o jejum de direção e reencontrar o temível Tiranossaurus rex na continuação "The Lost World: Jurassic Park".
O filme chega aos cinemas norte-americanos no próximo dia 23. No Brasil, o longa-metragem estréia dia 20 de junho, com o título "O Mundo Perdido - Jurrasic Park".
"Se eu não tivesse achado uma história na qual estava interessado, 'Jurassic Park' teria permanecido apenas como uma boa lembrança na minha memória", afirma Spielberg.
Segundo o roteirista David Koepp, desde que o primeiro filme estreou, a Universal tentava convencer o diretor a dar continuidade à trama. "Ele desenhava cenas e tinha idéias sem parar", revela Koepp.
Quando o escritor Michael Crichton publicou "The Lost World", o livro que dá sequência a "Jurassic Park", Spielberg entrou em contato com o roteirista. "Vimos então como as imagens de Steven se adaptavam ao livro", diz ele.
"Tive seis meses para escrever a história, que entreguei em janeiro do ano passado. Desde então, comecei a reescrever constantemente até setembro, quando começarmos a filmar".
Computação e robôs
Os avanços na área de computação gráfica e efeitos especiais também facilitaram a decisão de Spielberg. Com orçamento de US$ 75 milhões, o time de criação liderado por Stan Winston deu vida a 40 criaturas.
Além de tornar mais realistas velhos conhecidos do público, como o Tiranossaurus rex, Winston diversificou as espécies que participam dessa nova sequência. A novidade mais assustadora é o Compsognathus.
Segundo a produtora Kathleen Kennedy, o pequeno dinossauro de 30 cm de altura apelidado de "Compy" deveria ter aparecido logo no primeiro filme, mas na época não foi possível aperfeiçar sua estrutura.
"Chegamos a pensar em usar galinhas com roupas de borracha", revela a produtora Kathleen Kennedy. "Mas desistimos, pois elas morreriam com o calor da roupa de plástico."
Winston aperfeiçoou robôs manejados por até dez pessoas empunhando joysticks que movem partes diferentes do corpo da criatura. Graças a esse truque, os "Compy" mordem, pulam e correm, dominando as melhores cenas do filme.
A combinação de um T-Rex de 9 toneladas com efeitos de computação gráfica criados por Dennis Murren e Michael Lantieri faz surgir outras sequências inesquecíveis em "O Mundo Perdido - Jurassic Park".
Os veículos da Mercedez Benz são quase todos esmagados ou lançados a distância pelo animal. Quando furioso, despedaça e engole pessoas. O roteirista David Koepp faz um ponta em que desaparece na boca do animal. "É a prova de que não pode haver outro filme na série", diz ele.
Equipe nova
Para atuar ao lado do veterano Jeff Goldblum, Steven Spielberg resolveu dar uma chance a atores desconhecidos do grande público.
"Foi legal estar num filme de verdade, que é todo inventado, que tem criaturas gigantes", diz a ruiva Julianne Moore ("Short Cuts - Cenas da Vida" e "Nove Meses"), que interpreta a paleontologista Sarah Harding.
Ela conta que teve que enfrentar uma severa rotina de exercícios ao se preparar para as cenas de ação. "Correr com Jeff e Vince era difícil, pois eles são bem mais altos e tem pernas mais compridas", revela ela.
"Demoramos três semanas para fazer uma só cena em que quase despencamos do abismo e ficamos pendurados como uma fileira de alhos. Ainda por cima, jogavam água na gente o tempo todo, pois estava chovendo."
Vince Vaughn, que se tornou ídolo em Los Angeles por causa do filme alternativo "Swingers", no ano passado, revela-se atônito com a proximidade de Spilberg.
"Eu adoraria dizer que estava calmo, mas não estava nem um pouco à vontade", conta ele. "Estava completamente impressionado com a idéia de fazer parte de algo como "Tubarão", que eu vi quando tinha cinco anos."
Segundo ele, a cena em que ele e Julianne salvam um filhote de T-Rex foi particularmente interessante. "Carreguei a criatura no colo tantas vezes que já estava acreditando que era de verdade", afirma ele.

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