São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997 |
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HIV africano é encontrado no país
AURELIANO BIANCARELLI
Um dos casos foi isolado em amostras de sangue originárias de Belém do Pará. O outro foi localizado no Rio de Janeiro. A amostra carioca foi colhida em um banco de sangue privado do Rio. O doador é um adulto jovem, que não usava drogas nem tinha práticas homossexuais. O mais intrigante -segundo os especialistas- é que a pessoa em questão nunca teria deixado o país. "Isso pode significar que ele se infectou aqui mesmo, e que o subtipo D seria mais comum do que se imaginava", diz Oscar Berro, diretor geral do Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels, do Rio. O trabalho de identificação dos subtipos vem sendo feito em parceria com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenado por Amilcar Tanuri. Essas instituições, e uma dúzia de outras em todo o país, fazem parte da Rede Nacional de Caracterização de Subtipos do HIV, implantada pelo Ministério da Saúde (leia texto abaixo). O objetivo inicial da caça aos subtipos do vírus era fazer com que uma futura vacina fosse adaptada à realidade do país, afirma Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde. Até recentemente, o que se sabia é que 90% dos vírus circulantes no país eram do subtipo B. Outros 8% eram F e 2%, C. Agora, os pesquisadores acreditam que o subtipo D possa significar 1% ou mais. Na África, o D é responsável por 90% das infecções. Nos EUA, ao contrário, o B representa quase 100%. Casos de D só foram encontrados em soldados que estiveram na África. No Brasil, o subtipo B já foi localizado em todas as regiões. O F apareceu no Sul e Sudeste e o C foi isolado só no Sudeste. Mauro Schechter, professor da UFRJ, diz que estudos em anos anteriores já suspeitavam da existência do subtipo D em algumas famílias infectadas no Rio. Uma das hipóteses para a vinda desse subtipo da África para o Brasil é o turismo sexual. Texto Anterior: Ato pede regulamentação de planos Próximo Texto: Identificação ajuda a controlar efeito dos remédios Índice |
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