São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Tranquilo na guerra

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Foram dois enredos opostos, em dois períodos do dia. O primeiro, alimentado pelo governo, começou com FHC dizendo:
- O governo está tranquilo.
E tranquilidade foi o que passou a transmitir a televisão, até o início da noite. Assim, na Globo, à tarde:
- Com as votações correndo normalmente, sem ameaça concreta de CPI, o mercado financeiro abriu sereno... Respirou aliviado...
Outra da Globo, à tarde:
- No Congresso, a impressão é de que esta crise vai parar de piorar... A crise é mais de expectativa do que de realidade...
Mas a "realidade", ao contrário do que dizia o redivivo Alexandre Garcia, atropelou o enredo governista, ainda em Minas Gerais -onde FHC havia lançado o tema da tranquilidade.
Os relatos que passaram a se acumular, em Band, SBT, Globo News, CBN, falavam de dois atos violentos:
- Em frente ao hotel, grande manifestação... Tumulto... Os policiais militares tiveram que afastar os manifestantes... Alguns, mulheres principalmente, disseram ter sido chutados por policiais... Cães foram usados...
- (Em frente ao Minascentro) algumas pessoas jogaram pedras. A polícia respondeu com bombas de gás... O centro de Belo Horizonte virou uma praça de guerra...
As palavras de ordem eram ofensivas a FHC, inversas ao "governo honrado" que ele havia citado horas antes, entre sorrisos tranquilos.
O Minascentro foi cercado por cerca de 450 policiais, para o presidente discursar, tranquilamente, durante uma cerimônia:
- É um prazer estar presente ao encerramento do fórum das Américas...
Foi muito aplaudido, pelos ministros estrangeiros.

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