São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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PM e manifestantes entram em choque

PAULO PEIXOTO

PAULO PEIXOTO; CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Um grupo de manifestantes entrou em confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Minas Gerais por volta das 18h de ontem, próximo ao Minascentro, onde o presidente Fernando Henrique Cardoso estava sendo esperado para abrir a reunião ministerial da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Encapuzados, os manifestantes tentaram forçar a passagem, com o objetivo de se aproximar do Minascentro. A PM os impediu.
Os manifestantes encapuzados jogaram pedras e um coquetel "Molotov" contra a PM, que reagiu com cassetetes, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Feridos
Segundo a polícia, um manifestante foi preso -sua identificação não foi fornecida- e algumas pessoas ficaram levemente feridas, entre elas, cinco policiais.
Segundo o coronel José Guilherme do Couto, comandante do policiamento da capital, entre 400 e 500 manifestantes entraram em choque com a PM.
Segundo ele, alguns manifestantes portavam bandeiras da Liga Operária Camponesa.
O tenente-coronel Severo Augusto da Silva Neto, comandante do Batalhão das Américas, disse que os manifestantes não faziam parte do "Fórum Paralelo Nossa América"-organizado pela Organização Regional Interamericana dos Trabalhadores, Central Única dos Trabalhadores, Confederação Geral dos Trabalhadores e Força Sindical.
"É preciso que fique bem claro isso: a manifestação organizada pelos sindicalistas, que tinha entre 4.000 e 5.000 pessoas, era democrática, pacífica e ordeira", disse.
FHC e HIV
O presidente FHC foi o principal alvo do ato. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e portavam faixas de protesto.
Em função da manifestação, o trânsito da região central da cidade ficou congestionado, o que atrasou em 55 minutos a chegada de FHC ao Minascentro.
O presidente entrou pela portaria dos fundos, não cruzando com os manifestantes, que se encontravam um quarteirão acima.
Antes de a passeata sair, na pça. da Estação, os organizadores pediram que os manifestantes agissem de forma pacífica.
O clima ficou mais tenso quando a passeata chegou perto do local onde ocorreu o confronto. O Batalhão de Choque cercou toda a av. Amazonas e impediu que os manifestantes prosseguissem com a passeata, que terminaria em um ato próximo ao Minascentro.
Foi preciso a intervenção do tenente-coronel Severo Neto e do presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, que acertaram que a passeata poderia prosseguir, mas sem provocações.
O Batalhão de Choque conduziu os manifestantes até um quarteirão de distância do Minascentro, onde foi armado um cordão por policiais bloqueando o avanço dos manifestantes.

Colaborou Carlos Henrique Santiago, da Agência Folha em Belo Horizonte

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