São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Programa muda conduta sexual de portuários em Santos

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Um projeto de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis financiado pela Usaid (Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional) mudou o comportamento sexual de 64% dos portuários de Santos (SP), segundo informações divulgadas ontem em Salvador (BA) por representantes da ASF (Associação Saúde da Família), uma organização não-governamental.
Os resultados finais do projeto só serão divulgados no próximo mês, em Santos. Médicos e agentes de saúde cadastraram cerca de 10 mil trabalhadores no porto de Santos, o maior do país.
Desse total, 400 homens foram acompanhados diariamente. "Depois de um ano e meio, constatamos que 64% dos portuários que não faziam sexo seguro com parceiros eventuais passaram se cuidar", disse a coordenadora do programa, Regina Lacerda.
Durante o período da pesquisa, foram distribuídos 34.718 preservativos e 8.144 folhetos informativos. Os 400 portuários acompanhados tinham em média três tipos de parceiras sexuais -fixa (esposa), regular (amante) e eventual (garotas de programa).
"Uma pesquisa feita depois do programa constatou que muitos portuários simplesmente abandonaram as parceiras regular e eventual, o que é um excelente indício de que está sendo evitada a proliferação das doenças sexualmente transmissíveis", disse Regina.
O projeto e outros programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde contribuíram para tirar Santos do 1º lugar na lista das cidades brasileiras com o maior número de pessoas com Aids.
O último boletim do Ministério da Saúde mostra que Santos possui 70,4 casos de pessoas com Aids para cada 100 mil habitantes -em 92, antes do início do programa, o índice era de 97,6.

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