São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Câmara aprova projeto para renovar centro

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara de São Paulo aprovou ontem, em segunda e última votação, o projeto que cria a Operação Urbana Centro, destinada a estimular novos investimentos e tentar revitalizar a região central.
A proposta deve ser sancionada pelo prefeito Celso Pitta e virar lei, já que o texto aprovado obteve consenso entre os setores envolvidos e a projeto inicial partiu do Executivo.
O projeto tem espírito diferente da proposta de Plano Diretor apresentada por Pitta no mês passado, que vem sendo criticada.
O Plano Diretor quer aumentar a ocupação da região mais central da cidade, inclusive com mais prédios, destinados a todo tipo de atividade. Isso tende a aumentar o caos urbano, provocando mais congestionamentos, por exemplo.
A Operação Urbana Centro estimula apenas empreendimentos residenciais, hoteleiros, educacionais e culturais -embora pretenda atrair também escritórios nos primeiros sete anos após sua aprovação. Seu objetivo é aproveitar a relativa ociosidade da infra-estrutura da área à noite.
Como funciona
A Operação Urbana Centro quer atrair empreendedores oferecendo a possibilidade de novos prédios com área construída acima do limite fixado pelo zoneamento.
Para ter direito à área excedente, o interessado paga uma contrapartida financeira à prefeitura, que deve ser aplicada no centro.
Em quase toda a região abrangida, o atual zoneamento é Z-5, o que significa que é possível erguer prédios com área construída igual a quatro vezes a área do terreno. O projeto aprovado permite, em alguns casos, área construída de até 12 vezes o tamanho do terreno.
Construções para uso educacional e cultural não têm limite para a área construída.
Nos primeiros três anos após criada a lei, os incentivos são maiores e fica dispensado o pagamento da contrapartida. Os benefícios caem do quarto ao sétimo ano e atingem nível fixo no oitavo.
A operação tenta facilitar a instalação de grandes empreendimentos, premiando com direito de construir mais quem reagrupar lotes menores.
Traz ainda desestímulo ao comércio da zona cerealista, pois proíbe a ampliação ou construção de prédios destinados ao atacado de alimentos e de armazéns.
A Operação Urbana Centro pretende estimular a conservação de prédios históricos. Ela permite que a área que poderia ser construída no terreno de um edifício tombado seja transferida para outro ponto da cidade, desde que o proprietário faça a conservação adequada.
O mesmo vale para área cedida à prefeitura para virar praça.

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