São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Ex-mecânico tentou produzir o invento

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇUAÍ (MG)

Para o aposentado Turíbio Ferreira Coelho, 77, morador de Araçuaí, a máquina do movimento perpétuo, tema do filme "Kenoma", não é novidade.
Sentado no galpão onde funcionava sua oficina, em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, ele demonstra saber mais sobre o assunto do que se poderia supor de um ex-mecânico de cidade do interior.
Mais do que um sonho pessoal, a máquina do movimento perpétuo, ou moto-perpétuo, poderia ser, para ele, a solução para o atraso da economia da pequena cidade.
Há 50 anos, quando Coelho começou a trabalhar na máquina, que ele chama de "móvel contínuo", a energia em Araçuaí vinha de um gerador a lenha, que funcionava seis horas por dia.
Coelho chegou a enviar uma carta ao então presidente Getúlio Vargas pedindo ajuda. A resposta foi negativa. A justificativa de Vargas teria sido a de que não haveria mais necessidade da máquina porque "o petróleo é nosso".
"Desde que eu conversei com a Eliane (diretora do filme), tenho passado à base de sedativos."
Além do depoimento feito à cineasta Caffé, Coelho cedeu para a produção do filme móveis e objetos velhos.
(CHS)

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