São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Informe ao mercado

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Ontem, quinta-feira, foi dia de boatos em Brasília e nas Bolsas de Valores. Por isso, é sempre bom recolocar as coisas nos seus lugares.
Então, vamos lá:
1) são originais as fitas que resultaram nas reportagens sobre venda de votos na aprovação da emenda da reeleição;
2) a reportagem da Folha nunca avançou sinais na hora de reproduzir os diálogos, muito pelo contrário. Ministérios são citados de forma dúbia e esses trechos não foram reproduzidos no jornal;
3) a identidade do "Senhor X" será preservada até as últimas consequências, conforme faculta a Constituição a qualquer jornalista;
4) especulações a respeito da identidade do "Senhor X" serão feitas aos montes. E não passarão disso, especulações. Há apenas uma forma de comprovar a identidade dessa pessoa: ouvindo as fitas que estão em poder da Folha;
5) os deputados que se auto-incriminaram revelando ter vendido o voto por R$ 200 mil também podem apontar o nome de quem julgam ser o "Senhor X". Só que, como qualquer outra pessoa, não terão nunca como comprovar o que dizem;
6) e, finalmente, informo aos especuladores de plantão que a Folha não demitiu este jornalista, como quiseram alguns -que devem ter faturado muito nas Bolsas de Valores.
*
Ainda da série "boa memória", cito a seguir uma informação publicada por Tereza Cruvinel, no jornal "O Globo" de 20 de abril. Trata-se de uma frase do deputado Mendonça Filho (PFL-PE), autor da emenda da reeleição, sobre a acusação da CNBB de que votos teriam sido comprados:
"Se provarem, que se anule a votação. Em caso contrário, que se retratem".
É isso aí. O tempo é terrível com certas declarações. Aliás, Mendonça Filho é um dos que não assinou o pedido de abertura de CPI.

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