São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997 |
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Orai por nós
LUIZ CAVERSAN Rio de Janeiro - "Padroeiro dos desesperados, dos negócios sem remédios, dos casos impossíveis, orai por nós."A frase aí de cima é de um padre do Rio; o padroeiro dos desesperados, como se sabe, é São Judas Tadeu, em cuja igreja a frase foi proferida, durante missa, e o "nós" a que ele se refere são os milhares de funcionários públicos estaduais do Rio que até agora (metade de maio, lembre-se) não receberam o 13º salário. Sim, aquele salário com que os mortais comuns compram os presentes de fim de ano, mas que o governador Marcello Alencar não paga porque diz que não tem dinheiro. Diz, não, dizia ou disse quando avisou que não ia pagar. Agora, quando questionado sobre o tema, afirma que não fala sobre o assunto. E quem quiser que vá reclamar com o bispo. Ou com São Judas. * Um "sindicato" que reúne os guardadores de carro do Rio, os famigerados flanelinhas, conseguiu na Justiça anular um contrato pelo qual a prefeitura contratara uma empresa para gerir um sistema de estacionamentos públicos que acabaria com os achacadores de motoristas. Se a licitação foi cancelada pela Justiça, supõe-se que não estava correta. Se não estava, não acabaria com o problema. Ou seja, muda-se para ficar tudo como está, prevalecendo a ilegalidade. * Durante dois dias seguidos, a auto-estrada que liga os bairros de Grajaú a Jacarepaguá -e que também é ligação alternativa entre o centro e a Barra da tijuca- foi fechada por assaltantes. Como numa blitz policial, eles colocavam barreiras na pista, paravam os carros, recolhiam os bens dos ocupantes e os liberavam. Dois dias seguidos! É a livre iniciativa a serviço da imagem do Rio de Janeiro. Texto Anterior: Informe ao mercado Próximo Texto: Maio, trovão e raio Índice |
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