São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Presos se rebelam e fazem 6 reféns no ES

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Até às 15h30 de ontem seis funcionários da Casa de Detenção de Vila Velha (ES) (Grande Vitória) permaneciam como reféns de seis presidiários que iniciaram uma rebelião anteontem pela manhã.
Para libertar os reféns, os rebelados exigem coletes à prova de bala, seis carros novos e possantes, dois telefones celulares habilitados (um já foi entregue) e R$ 50 mil. A polícia disse que não aceita as exigências dos detentos.
Segundo a polícia do Espírito Santo, o líder da rebelião é Lutemberg de Jesus Oliveira, condenado a 18 anos de prisão por tentativa de homicídio e assaltos a bancos.
Por volta das 12h de sexta-feira, o diretor da Casa de Detenção, José Luiz Dantas, foi dominado, quando conversava com alguns detentos no pátio. Em seguida, os rebelados ocuparam a administração da Casa de Detenção e retiraram revólveres e escopetas.
Cerca de 120 policiais militares e atiradores de elite cercavam no início da tarde de ontem a Casa de Detenção. Os policiais querem vencer os rebeldes pelo cansaço.
Às 15h de ontem, o líder da rebelião, Lutemberg de Jesus Oliveira, apareceu em uma das janelas da Casa de Detenção e disse que estava disposto a matar os reféns caso as reivindicações não fossem atendidas até as 12h de hoje.
No final da tarde de ontem, a mãe do líder da rebelião, Ilde Oliveira, disse à TV Gazeta (afiliada da Rede Globo) que os policiais deveriam aceitar as exigências dos amotinados. "Conheço muito bem meu filho e sei que ele não vai se entregar."
No início da tarde, os amotinados pediram água, frutas e cigarro aos policiais. A solicitação dos detentos foi atendida.
A partir da madrugada de hoje, os policiais acionariam as sirenes dos carros a cada 30 minutos. Também ficou decidido que um helicóptero da PM sobrevoaria a Casa de Detenção hoje pela manhã caso os rebelados não se entregassem e libertassem os reféns.
Inicialmente, dez detentos aderiram à rebelião em Vila Velha. Depois, quatro desistiram de continuar participando do motim.
Taubaté
Na Cadeia Pública de Taubaté (134 km a nordeste de SP), 280 presos se rebelaram no início da tarde de ontem, em protesto contra o corte nas visitas.
Os presos destruíram parte das celas, ocuparam os pátios e colocaram fogo nos colchões. A cadeia tem 80 vagas e tem 280 detentos.
O prédio foi cercado por tropas da Polícia Militar. Não há reféns e feridos, segundo a PM.
No final da tarde, o juiz-corregedor de presídios de Taubaté, Augusto Sandeville, começou a negociar com os presos rebelados mas, até 17h30, eles continuavam no pátio da cadeia.

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