São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Prazo da Alca gera polêmica

DENISE CHRISPIM MARIN
DA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

O governo brasileiro está decidido em não abrir mão do início das negociações sobre redução de tarifas de importação na Alca (Área de Livre Comércio das Américas) somente depois de 2003.
Essa determinação constava da proposta defendida pelo Mercosul desde fevereiro e se confronta com a posição dos Estados Unidos, que querem começar a tratar do tema em março do ano que vem.
Na semana passada, o tema escapou de se tornar alvo de negociações na reunião de ministros de Comércio dos 34 países da Alca.
Ficou para depois. Deverá ser o principal foco de divergências durante a próxima reunião dos ministros, marcada para fevereiro de 1998 em San José (Costa Rica).
A decisão brasileira está baseada na confirmação de que a indústria nacional não têm grau de competitividade suficiente para sobreviver a um novo choque de abertura.
Estudo do MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo) confirma que os esforços para a reestruturação dos setores produtivos não foram suficientes para superar o estrago causado pela abertura do início dos anos 90.
O apelo brasileiro é por mais tempo -para dar chances à indústria de aumentar sua competitividade. Se a discussão das reduções de tarifas começar em 2003, é improvável que seja concluída em 2005 -o prazo previsto na Alca para o fim das negociações.
Como todos os países concordaram que nada será posto em prática na Alca se houver pontos pendentes ou falta de consenso, esse tema deverá adiar por bom período o acordo final.
(DCM)

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