São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Desafio no computador motiva homens

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

A disputa com o computador é um desafio e uma forma de fugir do estresse do dia-a-dia, segundo empresários, esportistas e outros profissionais ouvidos pela Folha.
Jogar com um computador e vencer pode ser uma simples diversão ou um desafio quase interminável, como a recente disputa entre o campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov, e o Deep Blue, o computador da IBM.
O jogo mobilizou a imprensa mundial e despertou o público para o velho clichê sobre a vontade humana de superar uma inteligência artificial.
No caso específico do Deep Blue, uma inteligência capaz de analisar milhões de lances por segundo -contra apenas três ou quatro de Kasparov.
Para o enxadrista brasileiro Gilberto Milos Jr., no entanto, disputar com outra pessoa é sempre mais interessante do que com uma máquina, por mais avançada que ela seja. Ele não descarta, porém, a pratica de jogadas com o computador. "É bom porque você pratica o tempo que quiser."
Milos Jr. concorda que o desafio motiva o jogador. "Os programas atuais são bem complexos e difíceis de serem vencidos."
Já Sérgio Freitas, diretor do banco Itaú e enxadrista, afirma não se sentir atraído pela disputa com a máquina. "Prefiro os adversários de carne e osso."
Freitas diz que raramente disputa uma partida com um programa de computador, mas admite já ter perdido para a máquina. "Fiquei irritado e liguei para um amigo, que considero melhor jogador do que eu. Para minha surpresa, ele também já tinha perdido para o mesmo programa."
Estresse
Para o piloto de aviões Rui Flemming, os jogos de computador são uma boa forma de fugir do estresse e esquecer a rotina. "É uma maneira de se concentrar em algo fora do seu trabalho, da sua rotina."
Ele afirma ter preferência por jogos de ação e corridas de automóveis. "Funciona mais como terapia, mas sempre existe o desafio."
O engenheiro mecânico James Sanches Alves concorda com o piloto. Ele costuma jogar de três a quatro vezes por semana em seu computador e tem preferência por jogos de ação. "É uma boa distração, uma maneira de relaxar."
Alves afirma que nunca foi "viciado em games", mas concorda que, quanto mais aprende, mais quer jogar.
"Existem várias etapas de interesse. No início, quando você ainda é inexperiente, a máquina sempre vence. Depois, você aprende mais e fica muito mais motivado. É nessa etapa que cresce o interesse pela disputa."

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