São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Governo e CBF bancam esporte

MÁRIO MAGALHÃES
DO ENVIADO A RORAIMA

O futebol só se tornou profissional em Roraima por causa de uma aguda solidão. "Disputávamos o Copão da Amazônia com times amadores de Rondônia, Acre e Amazonas, mas todos se profissionalizaram e ficamos sozinhos", diz o presidente da Federação Roraimense, José Gama Xaud.
Em 1995, apoiado pela isenção de taxas da Confederação Brasileira de Futebol, Xaud lançou o primeiro Estadual, com três times (Atlético Roraima campeão).
No ano seguinte, conquista do Baré, foram cinco. Agora, seis. Em 1998, deverão ser oito.
Os clubes não pagam quase nada aos atletas -o Rio Negro gasta R$ 300 mensais com o futebol-, as rendas não cobrem os gastos.
Quem banca o profissionalismo é o governo estadual, com empregos para atletas e ajuda financeira. "Tudo precisa de apoio quando está começando", afirma o governador Neudo Campos (PPB).
Alguns clubes promovem bingos. A federação recebe uma mesada de R$ 2.000 a R$ 4.000 da CBF. Xaud é um fiel aliado do presidente da entidade, Ricardo Teixeira.
Criativo, e frustrado com a média de 131 pagantes por jogo no ano passado, Xaud tentou fugir da concorrência da TV em 1997.
Só há partidas, em rodada dupla, nas segundas-feiras à noite. De nada adiantou, mesmo antes de a Bandeirantes passar a transmitir a segunda divisão do Paulista.
Nas semifinais do primeiro turno, o público oficial foi de 142 espectadores -71 por partida.
"O futebol aqui continua só por causa da paixão", diz o diretor técnico da Federação Roraimense, Franco Chaves.
(MM)

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