São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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ACM presidente

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - As articulações políticas fervilham em Brasília por causa das possíveis repercussões do escândalo da venda de votos.
Uma especulação esquisita é feita a respeito da eventual derrota da emenda da reeleição no Senado, ao longo desta semana que se inicia hoje.
Antes de mais nada, é necessário dizer que é altamente improvável que o governo saia derrotado na votação da reeleição no Senado.
FHC ajudou a eleger o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Além disso, o presidente acaba de dar um presentão para os senadores do PMDB, nomeando Iris Rezende ministro da Justiça.
Mas em política as coisas não andam sempre em linha reta. E é comum haver espíritos de porco conspirando aqui e ali. Basta dizer que as fitas com as revelações de compra de votos não estavam previstas em nenhum cenário político há uma semana.
Por causa desses fatores imponderáveis, há quem diga que exista uma tênue chance de a emenda da reeleição ser rejeitada. Por causa disso, esses analistas do caos governista começam a traçar as possíveis saídas para a eventualidade de não ter FHC candidato em 98.
Aí é que entra a figura de ACM. O presidente do Senado seria a personalidade política imediatamente alçada à posição de candidato presidencial no caso de FHC estar fora da disputa.
ACM já ouviu isso de amigos. Apenas sorri. Deixa claro que fará o possível e o impossível para que a emenda da reeleição seja aprovada -o que é verdade. O senador baiano até desautoriza os amigos a especularem com essa sua candidatura virtual.
Mas o fato é que a não-aprovação da emenda da reeleição representaria muito mais do que a impossibilidade de FHC concorrer ao cargo em 98.
O governo terminaria de forma precoce. E a aliança entre tucanos e pefelistas começaria a ruir.
Só que tudo isso são especulações. Afinal, como diz o governo, é certo que a reeleição passará no Senado.
Vamos aguardar até quarta-feira.

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