São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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O cerco a Cuba

OSCAR NIEMEYER

No momento em que nossas convicções políticas são tão ofendidas, é bom sentir que nada vai corrompê-las. Que, ao contrário, as mantemos e exibimos com a mesma coerência de muitos anos atrás.
E foi diante desse quadro lamentável, com os Estados Unidos cercando Cuba, sem levar em conta o lado humano, por eles aliás muitas vezes omitido, que projetei o monumento de protesto contra tanta violência e insanidade.
Representa o cerco a se quebrar e a bandeira cubana surgindo vencedora, contestando a opressão, lembrando liberdade.
E, para alegria minha, meu trabalho teve boa repercussão, tendo-o localizado Fidel, ele mesmo, na grande praça de La Dignidad, defronte da embaixada norte-americana.
E, com satisfação, recebi do governo cubano um álbum definindo, detalhadamente, o lugar escolhido, o tipo de terreno, os problemas dos ventos, enviando-me ainda fotomontagens do meu projeto e o abraço amigo que sempre dispensam aos que vivem a sua luta e sobre ela se manifestam solidários.
Protestar é, afinal, o mínimo que podemos fazer neste mundo onde o dinheiro passou a comandar a própria vida, desprezando a miséria que cresce, o desemprego que se multiplica e essa desesperança, essa revolta que invade nossos corações.

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