São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Força leva a Paiva proposta de redução

Central também quer se reunir com a CUT

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical vai apresentar hoje ao ministro do Trabalho, Paulo Paiva, sua proposta de redução da jornada de 44 para 30 horas semanais. A reunião acontece ao meio-dia, na sede do ministério, em Brasília.
Lançado na última sexta-feira pela Força e por três sindicatos da indústria paulista, o projeto propõe a redução de 10% nos salários e no lucro líquido das empresas, 7,18% nos encargos sociais e 37,3% nos impostos.
Segundo os técnicos que elaboraram a proposta, União, Estados e municípios deixariam de arrecadar R$ 9,7 bilhões por ano, no caso de adesão de todas as empresas do país. Em compensação, seriam criados 4,4 milhões de empregos na indústria.
Ontem, o ministro Paulo Paiva afirmou que irá propor a formação de um grupo interministerial para estudar a redução da jornada, mas criticou a associação dessa idéia à proposta de renúncia fiscal.
"A inclusão de questões fiscais torna esse contrato muito mais difícil", disse Paiva, durante seminário no Rio.
O coordenador da Administração Tributária da Secretaria da Fazenda de São Paulo, Clóvis Panzarini, também afastou a possibilidade de o Estado renunciar à arrecadação de 20% do ICMS, como prevê o projeto.
A direção da CUT se reúne na próxima semana para analisar se aceita discutir o projeto apresentado pela Força.
Técnicos da CUT contestam os números da Força e afirmam que só a renúncia fiscal da União chegaria a R$ 40,9 bilhões por ano -cerca de 5% do Produto Interno Bruto.
"Vamos insistir na reunião com a CUT. Queremos explicar como chegamos ao cálculo de R$ 9,7 bilhões", disse o presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros. "É hora de discutirmos o assunto seriamente."

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