São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Estrangeiro pode operar em derivativos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo reabriu ontem os mercados de opções e futuros (derivativos) para investidores estrangeiros somente com o objetivo de fazer hedge.
O hedge é uma operação que protege o investidor de perdas no mercado de ações, de câmbio etc. Ganhos numa ponta neutralizam perdas em outra.
A medida tem o objetivo de possibilitar o aumento do ingresso de capital estrangeiro por meio das Bolsas de Valores.
O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, disse ontem que a reabertura desses negócios para estrangeiros "dará mais competitividade às Bolsas de Valores do Brasil".
Isso porque as Bolsas do exterior permitem que o capital estrangeiro realize operações de derivativos.
No segundo semestre de 1995, o BC proibiu que investidores estrangeiros aplicassem no mercado de derivativos. Por meio da combinação de várias operações nos mercados futuros, os investidores estrangeiros transformavam aplicações de renda variável em operações de renda fixa.
Esse artifício é conhecido no mercado como operações de box. Ou seja, transformavam um investimento de risco em uma aplicação com rendimento fixo nas Bolsas de Valores.
Desde lá, os investidores estrangeiros estavam autorizados a fazer apenas operações comuns nas Bolsas de Valores: compra e venda de ações à vista. O mercado de apostas estava fechado.
As operações de box -sintéticas de renda fixa, segundo Franco- continuam proibidas.
O presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Francisco da Costa e Silva, disse que vai controlar o mercado para evitar que ocorram operações de box.
Debêntures
O CMN proibiu o capital externo de aplicar em debêntures conversíveis emitidas por companhias que, no entender do BC, tenham sido criadas com o propósito único de captar recursos externos a preços mais baixos.
Franco disse que esse instrumento estava sendo mal utilizado. O dinheiro estava financiando o consumo e cheques pré-datados.

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