São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Ieltsin demite o ministro da Defesa

Presidente quer apressar reforma militar

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente russo, Boris Ieltsin, demitiu ontem o ministro da Defesa, Igor Rodionov, e o chefe do Estado Maior, general Viktor Samsonov.
Ieltsin disse, em reunião do Conselho Nacional de Defesa, que os dois nada fizeram para apressar as reformas militares. "Não estou apenas insatisfeito, estou revoltado com o rumo das reformas no Exército e com o estado em que se encontram os militares", disse.
Ele lembrou que falta equipamento básico para os soldados, enquanto os militares se recusam a reduzir o número de generais. Nas palavras de Ieltsin, "os soldados estão cada vez mais magros, e os generais, mais gordos".
Rodionov, 60, estava no cargo havia menos de um ano. A demissão foi inesperada -ainda na semana passada, ele fez visitas oficiais aos Estados Unidos e Japão.
Segundo analistas, Rodionov nunca teve muita força no governo. Ele foi substituído interinamente pelo comandante das forças estratégicas da Rússia, general Igor Sergeiev.
Ameaça
Um assessor disse que Ieltsin tomou a decisão de demitir os dois militares na própria reunião do Conselho. Ele aproveitou a oportunidade para advertir que muitas cabeças ainda podem rolar se a situação não melhorar.
O presidente também disse que está furioso com a corrupção nos altos níveis do Exército.
A manifestação de força do presidente não impressionou os analistas. "As demissões podem ser úteis se Ieltsin se encarregar pessoalmente das reformas e estabelecer um órgão para cuidar disso,"disse Mikhail Gerasev, um analista de assuntos militares.
Mas ele acrescentou que "as reformas militares são caras".
Tudo indica que o governo não está disposto a gastar mais dinheiro com as Forças Armadas. Ontem mesmo, o primeiro-ministro Viktor Tchernomirdin disse que será preciso fazer profundos cortes no orçamento militar.

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