São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997 |
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Tudo é mais caro no centro, até cerveja
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
No final do dia, um gastou quase um terço a mais do que o outro. A diferença: os locais das compras. Os personagens são virtuais, mas percorreram roteiros concretos: um perambulou apenas por estabelecimentos em bairros como Jardim Paulista e Morumbi, o outro consumiu em regiões periféricas, como Jaçanã e Aricanduva. A diferença de preço começa já nas primeiras horas do dia, no café da manhã. O personagem dos Jardins paga 20% mais caro por um café com leite pequeno e um pão com manteiga. O roteiro continua com uma ida à feira. O paulistano que consome só nos bairros mais distantes do centro consegue encher seu carrinho com praticamente a metade do dinheiro usado pelo seu colega dos Jardins. A disparidade entre os gastos chega ao máximo quando ambos decidem cortar o cabelo: a diferença é de 140%. Mesmo que o corte se limite a passar a "máquina" na cabeça, um pagará R$ 10,00 e o outro, R$ 24,00. Na hora do almoço, as leis de mercado na cidade desafiam as leis da física. Um quilo de comida nos Jardins é 41% mais "pesado" do que no Tatuapé. Num restaurante por quilo na rua Pamplona custa R$ 12,00. Num similar do Tatuapé, R$ 8,50. Ao comprar carne, o frequentador dos locais sofisticados paga 81% mais caro pelos mesmos dois quilos de alcatra e filé. Nem na hora de esfriar a cabeça, tomando umas cervejas com os amigos no fim do dia, os dois paulistanos são consumidores iguais perante o balcão. O dos Jardins vai pagar uma conta 23% mais cara. Texto Anterior: Qualidade não combina com economia, prega consumidora Próximo Texto: Projeto permite liberar 20% dos presos Índice |
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