São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997![]() |
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'Oportunista é exceção', diz líder sem-teto
LUCIA MARTINS
A CMP tem um leque de grupos associados (que pedem melhorias na saúde, educação etc.) e é a principal liderança nacional dos sem-teto no país. Segundo Bonfim, "é impossível controlar todos os grupos que surgem e ocupam terras". "Há muitos oportunistas, gente que invade para vender, que tentar tirar proveito. Mas todos os que nos procuram a gente tenta investigar as intenções", disse. O secretário nacional de Comunicação da CMP defende as invasões como "o último e mais poderoso instrumento usado pelos sem-teto". Afirma que a central sempre tenta negociar primeiro antes de invadir. "Mas, se eu visse minhas filhas passando fome, também ficaria na porta de um supermercado e ocuparia um terreno improdutivo", disse. A central é financiada por ONGs (nacionais e internacionais). Nos dias 9 e 10 de junho, a CMP está organizando uma caravana (por reforma urbana e políticas sociais) que pretende levar pelo menos 10 mil pessoas a Brasília para pedir, entre outras coisas, uma política nacional de moradia. Bonfim argumenta que o governo Fernando Henrique Cardoso está reduzindo a verba destinada a programas sociais, entre eles a construção de casas populares. "Isso só aumenta o número de excluídos e de sem-teto. Sem emprego, sem hospital, sem escola, o que se faz? Qualquer animal tem instinto de sobrevivência." Bonfim acha que o Projeto Cingapura (de verticalização de favelas, do governo Paulo Maluf) e os mutirões (de incentivo à construção de casas populares com a mão-de-obra dos moradores, do governo Luiza Erundina) são dois bons programas. "Precisamos dos dois. O problema foi como o Maluf usou o Cingapura. Fez prédios apenas nas margens das grandes avenidas -para usar como marketing- e sem a participação popular." (LM) Texto Anterior: Falso sem-teto invade e vende imóveis Próximo Texto: Lote irregular origina favela Índice |
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