São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997 |
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Modelo sugere cura em 3 anos de medicação
JAIRO BOUER
Vale lembrar que esse é apenas um modelo teórico. E, como todo modelo teórico, passível de erros. Em julho de 96, em Vancouver, Ho acreditava que 18 meses seriam suficiente para a mesma tarefa. Em novembro do mesmo ano, ele já corrigia sua estimativa inicial e ampliava esse tempo. Em maio de 97, em um artigo na revista "Nature", Ho, baseado na hipótese de que todos os compartimentos que o vírus habita já foram identificados e que seus respectivos "tempos de vida" são conhecidos, calcula que, em cerca de três anos, seja possível acabar com todas as células contaminadas do corpo, eliminando a possibilidade de que o vírus volte a aparecer. O compartimento de vida mais curta é representado pelas células de defesa CD4 (principal alvo do vírus). Os tecidos (gânglios, intestino, sêmen) seriam os compartimentos com vida intermediária, e os macrófagos (espécie de reservatório do vírus), o compartimento com vida mais longa, que exige mais tempo para ser eliminado. Se a hipótese se confirmar, o tratamento para a Aids e a possível "cura" da doença vão exigir que o médico use os esquemas mais potentes para eliminar o vírus assim que a infecção for constatada. Como Ho sempre disse: "Hit early and hard" ("bata cedo e forte"). É bom lembrar que uma idéia que ainda prevalece entre os especialistas é que os esquemas mais potentes devem ser reservados para mais tarde, no momento em que o paciente começa a ter sinais de multiplicação intensa do vírus. Com isso, a melhor arma não seria "queimada" de início, deixando o paciente "descoberto" em caso de uma possível resistência. (JB) Texto Anterior: Coquetel revolucionou tratamento da Aids Próximo Texto: Cuidados freiam temporada de falta de ar Índice |
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