São Paulo, domingo, 25 de maio de 1997 |
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Déficit passa limite razoável, diz Furlan
ANTONIO CARLOS SEIDL
É o que pensa Luiz Fernando Furlan, diretor titular do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e presidente do Conselho de Administração da Sadia. Deixando claro que não é especialista em contas externas, Furlan diz que sua opinião é baseada em análise sobre a questão feita pelo economista Mário Henrique Simonsen (morto em fevereiro deste ano), no Fórum Nacional, em 1994, logo após o lançamento do Plano Real. Segundo relata Furlan, Simonsen disse na presença de vários ex-ministros da Fazenda e do então presidente do Banco Central, Pedro Malan, que um déficit suportável na conta corrente do balanço de pagamentos seria de 2% do PIB (Produto Interno Bruto). "Isso seria alguma coisa perto de US$ 15 bilhões e US$ 16 bilhões hoje em dia,a mas há quem diga por aí que podemos suportar um número bem maior." Na avaliação do empresário, a situação das contas externas brasileiras não deve limitar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Para ele, o país pode compensar essa situação sendo mais agressivo nas exportações. Furlan diz ainda que os empresários estrangeiros têm confiança no futuro da economia do Brasil, o que deve trazer investimentos. A seguir, trechos da entrevista. * Folha - Como o sr. avalia o crescimento do déficit das contas externas do país? Luiz Fernando Furlan - Como não sou especialista, me valho de uma recente intervenção do professor Mário Henrique Simonsen, ocorrida no Fórum Nacional de 1994, quando o saudoso economista disse que o limite confortável seria de 2% do PIB. Acho que estamos passando de um limite do razoável. Folha - Qual será o cenário das contas externas em outubro de 1998? A situação pode impedir a reeleição do presidente FHC? Furlan - Acho que não. Há muitos mecanismos que podem controlar as contas externas. Além disso, acho que a sensibilidade do eleitor, da população em relação às contas externas é muito pequena. Se as contas externas chegarem a causar um impacto grande na economia brasileira, no bolso do consumidor, provocando inflação, aí sim, poderá prejudicar a reeleição. Texto Anterior: Acordo oneroso a SP Próximo Texto: 'A dificuldade é como crescer' Índice |
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